LOJA DAS PARAFINAS e RIP CURL agora são a mesma LOJA!

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pier de Mongaguá


'Não acreditamos que aqueles dois caras sentados ali do nosso lado eram duas lendas do surf Brasileiro'

Final de semana sim, final de semana não. Esta era a nossa frequência no surf no começo da nossa "carreira surfística" nos meados de 1993/1994. Nosso destino estava a mais ou menos 100 km de distância, nosso(s) veículo(s) de locomoção? um ônibus até a estação do metrô tietê, na qual o pegávamos o mais cedo possível - por volta das 06h00m da manhã - e então o metrô até a estação rodoviária do jabaquara (quem conhece o metrô de São Paulo sabe da distância que é de uma estação a outra), para finalmente pegarmos o ônibus 'de viagem' que nos levaria ao nosso surf spot, mas isto não era obstáculo pra estes dois garotos AMARRADÕES com suas pranchas embaixo dos braços (geralmente a minha sempre ia enrolada em um cobertor, é isso mesmo que você leu, um cobertor, daqueles que te cobrem a orelha nos dias de frio). Por sermos surfistas da capital e iniciantes no surf nossa missão era esta nos finais de semana.

Em um destes finais de semana chegamos no nosso surf spot e estava rolando um campeonato de surf longboard. O cenário não podia ser melhor: sol, várias gatas e boas ondas de até um metro com boa formação. O crowd estava maior do que nos outros dias (nada que se compare aos dias de hoje de uma praia com boas ondas nos finais de semana) mas tinha um crowd. Guardamos nossas coisas no quiosque de um senhor que fizemos amizade, Seu Moacir, na qual o apelidamos de Moáca. Corremos pra água para nossa primeira bateria do dia. Pegamos algumas ondas e saímos pra comer alguma coisa, pois desde que havíamos saído de casa estávamos apenas com o café da manhã no bucho.

Pedimos um lanche e sentamos alí de frente ao lado esquerdo do píer na qual rolava o campeonato para observar a performance dos competidores, as ondas eram detonadas no melhor estilo 'destrua as ondas e não as praias' e vibravamos com as belas atuações dos atletas que manobravam até a areia com seus longboards. Haviam muitos profissionais mas não pensávamos que nos depararíamos com duas lendas do surf. Após nosso lanche mandamos um belo de um sorvete pra forrar por completo nosso estômago e dar a quantidade de energia suficiente para o final de tarde ... eis que ao olharmos na mesa ao lado conversavam tranqüilamente ninguém mais ninguém menos que Rico de Souza e Picuruta Salazar, não acreditamos que aqueles dois caras sentados ali do nosso lado eram duas lendas do surf Brasileiro, e com aquela inocência de muleke que apenas via seus ídolos através das revistas de surf soltamos um hang loose que foi retribuído com o mesmo gesto e um sorriso de quem percebeu a nossa vibração. Ficamos alí por mais algum tempo e fomos descansar. Surfamos a segunda bateria e fizemos o caminho de volta com a sensação de dever cumprido e com a certeza que aquele tinha sido um dos dias que ficariam registrados pra sempre em nossa memória.

Após 13 anos me lembro deste episódio ... hoje pode ser fácil trombar ou até saber notícias dos surfistas ídolos, pois com a internet são muitos os meios de comunicação especializados em surf , mas naquela ocasião, ao menos pra nós, foi o contato mais próximo de dois ídolos com dois garotos iniciantes que arriscavam suas primeiras braçadas nas ondas.

Aloha Rico, Aloha Picuruta!