LOJA DAS PARAFINAS e RIP CURL agora são a mesma LOJA!

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Shapper Xanadu no Brasil


O renomado shaper Brasileiro Xanadu que fez sua história no mundo das surfboards está no Brasil desde 28/08 até 09/09 recebendo encomendas de shaper.

Segue abaixo uma entrevista feita pelo fotógrafo Marcelo Bicudo no Guarujá (muitas vezes encontramos Xanadu na praia de pernambuco no próprio Guaru).


Nosso correspondente no Guarujá, o fotografo Marcelo Bicudo trocou uma idéia bem descontraída com o shaper brasileiro Xanadu, confira a entrevista exclusiva e conheça mais um pouco da história deste Brasileiro que fez sua história no mundo das surfboards.

Quem é o XANADU o homem por trás da marca?

Nasci em São Paulo, capital, comecei a pegar onda no Guarujá, o apelido vem desta casa aqui onde estamos fazendo esta entrevista, o nome desta casa é XANADU, um nome que meu pai deu, e meus amigos me deram este apelido, que acabou virando o nome da minha marca. Sempre gostei de viajar, então minha vida é o planeta terra, minha base é San Diego, mas é sempre três semanas em um lugar, três aqui, o máximo que eu fico são dois, três meses na Califórnia este ano acabei ficando o verão todo lá. Adoro arte em geral, música e artes plásticas, por isso eu gosto de fazer pranchas que é uma arte, gosto de todos esportes extremos como Skatebording, BMX, snowboarding, Motocross.

E você pratica todos estes esportes?

Praticava, hoje em dia por falta de tempo, por causa das viagens a trabalho, que são muitas fica mais difícil então o tempo que eu tenho eu estou surfando, mas é o que eu gosto viajar e claro surfar.

Como foi sua infância XANADU?

Eu venho para o Guarujá desde que eu nasci, e comecei a pegar onda com 11 anos de idade na praia das pitangueiras nós éramos um grupo de moleques todos com pranchinhas de isopor, até que um começou com prancha ai todos começaram a ter suas pranchinhas, este foi o começo, ai com 12 anos nos mudamos para esta casa aqui, na praia do Pernambuco e fiquei durante os primeiros três anos pegando onda praticamente sozinho aqui, quase ninguém vinha e eu ficava sozinho vários dias, vários dias.

Isto foi em que ano XANADU?

Faz tempo viu, faz tempo...(risos)....ai depois disso eu sempre surfando e viajando com meus pais, eles viajavam bastante, minha mãe é artista plástica e meu pai era Arquiteto e engenheiro, então este lance da arte com as mãos veio mesmo deles, e a minha mãe quando eu tinha sete anos de idade falou, guarda seu dinheiro e vai viajar e isto foi uma faísca dentro de mim, e eles sempre viajando, isso me ajudou, os filmes de surf sempre me passando aquele lance de viajar atrás das ondas , ai realmente isso ficou dentro de mim, eu comecei e não pareu, é como eu te falo, você pega um vírus dentro de você (risos)....mas tem gente que não.. meus sobrinhos por exemplo sempre viajaram mas depois nunca fizeram muita questão, fiquei até surpreso, mas eu , adoro, poder ter mais experiências sobre a vida e as diversas culturas diferentes que temos.

E o interesse por shapear como surgiu?

Quando eu estava começando surfar minha mãe me trouxe uma prancha dos estados unidos um vez, e foi uma prancha que evoluiu muito o meu surf, ai quando eu encomendei a minha primeira prancha, eu tinha uns 14 para 15 anos e quando eu fui buscar não era o que eu queria ai eu comecei a pensar, como é que o shaper vai conseguir ler o que esta dentro da minha cabeça, é a mesma coisa que você chegar para um artista plástico e pedir para ele pintar ou desenhar um sonho que você teve, então resolvi começar a fazer minhas pranchas e pensava, “um dia o que esta dentro da minha cabeça vai sair nos meu dedos” e foi assim que aconteceu, e então comecei a shapear as pranchas sozinho mesmo, esse mesmo cara que fez esta prancha que eu não gostei me deu uns toques que foram os primeiros, eu tenho um primo também que deu altos toques, hoje ele é biólogo na USP, um cara muito inteligente o Paulo Zanotto, e a gente é muito próximo hoje em dia, sempre fomos, mas hoje em dia mais, não faz tanta a diferença de idade que temos, quando você tem 12 anos e o cara 18 anos faz mais diferença, e ele sempre me deu umas estilingadas, uns toques para mim, em tudo mesmo, de vida, de atitudes, foi uns toques ali naquele começo. Depois com 16 anos eu fui embora para o Hawaii morei la um tempo , lá tinha dois brasileiros irmãos que faziam pranchas aprendi um pouco mais com eles, ai com 16 para 17 anos eu voltei para o Brasil, neste momento veio um americano de Huntington Beach que tinha uma fábrica de pranchas lá, então eu montei uma fábrica de pranchas aqui com 17 anos de idade, na Vila Mariana em São Paulo e ele me ensinou tudo, como shapear, laminar, pintar o que for com pranchas de surf, e ai foi indo até os dias de hoje.

Qual o principal surfista com o qual você já trabalhou e qual o seu surfista favorito de todos os tempos?

Assim 90 % do que eu fiz e do que eu faço até hoje em dia vem praticamente de mim, eu crio os modelos e depois vou lá e faço as perguntas, e eles me dão o retorno, ai eu faço a evolução daquela criação, quando sei que aquele design está trabalhando bem ai eu parto para um outro, é assim que eu trabalho, e naquele eu não mexo, de repente rola de depois de um período eu dar alguma modificada. Mas um surfista que eu trabalhei, bem quando o Brad Gerlach estava envolvido, ali no numero um do mundo disputando o titulo mundial, eu, ele e o pai dele trabalhamos muito unidos, o pai dele filmava ele direto e isso ajudou muito no seu surf e no seu melhor posicionamento do corpo na prancha, ali saiu coisas boas com pranchas, pois estávamos muito juntos, tive também um atleta que ficou comigo vários anos que era um amigo meu, ele me ajudou a trazer vários surfistas a surfar com as minhas pranchas que era o Jeff Baldwin que é lá da Califórnia também, estes são os dois que ficaram mais fortes mesmo na minha lembrança, que me ajudaram mesmo a trabalhar nos design de pranchas, muitos dos atletas de alto nível, atletas top Five que trabalhei nas diferentes gerações, eles me davam mais aquela faísca, aquele toque e que também foram muito importantes.

Para onde foi sua principal viajem?

Assim primeiro em termos de trabalho em não sei porque, como eu falei desde pequeno eu sabia o que eu queria e que iria me tornar famoso no mundo inteiro, o que eu iria fazer eu nunca falava para ninguém senão as pessoas irão dizer meu você é louco! Segundo eu pus na minha cabeça se eu for para o Japão e pegar emprego, na primeira vez que eu fui, se eu conseguisse isso, ai o mundo iria ficar pequeno pra mim, essa viajem marcou em termos de negócios. Em termos de surf, a primeira vez que eu fui para a Indonésia, Bali, isso bem antes da grande maioria(risos) eu fui com uma monoquilha e uma biquilha só pra tu ter uma idéia ( risos) não existia nem triquilha naquela época, essa viajem foi marcante para mim, eu nunca esqueço , tava surfando num pico devia ter 1,5 pra 2 de onda, altas ondas e tinha uma ilha bem na minha frente com um vulcão na minha frente, ai eu pensei, eu to surfando em um canal, esse tamanho de onda, se tem onda dentro de um canal, então todas estas ilhas da Indonésia tem onda, eu vou voltar para estas ilhas o resto da minha vida, e foi o que eu fiz, voltei para lá milhares de vezes.

E qual foi o melhor surfe de sua vida?

Com certeza não tem um só, o melhor dia, mas com certeza este foi um dos melhores, as primeiras vezes que surfei Uluwatu, bem diferente do que é hoje em dia, imagina a gente parava a moto lá no templo e tinha que andar meia hora a pé até onde é à entrada da caverna, se você saísse do mar muito tarde não tinha nem como enxergar a trilha para voltar para a estrada. Surfei ali mesmo em Uluwatu, seis pés havaianos, oito pés, sozinho várias vezes, assim inacreditável, eu não acreditava de estar sozinho, no máximo seis caras na água, isso ta aqui, guardado na minha mente. Agora hoje em dia existe ainda, eu vou para outras ilhas na Indonésia, não falo para ninguém aonde eu vou hoje em dia, que não tem nenhum ser-humano, e pego altas ondas.

Qual é o futuro do surf para onde vamos agora?

Bom em termos profissional, assim que sairmos desta recessão acho que o atleta assim, só como exemplo o Bob Hurley que é dono de uma grande empresa de surf, a Hurley, onde a Nike é a dona da empresa, ele mesmo falou que o atleta não é bem pago, me desculpem vocês proprietários de empresas aqui no Brasil, mas esta é a verdade não só aqui, mas no mundo inteiro. E ele mesmo falou para o Kelly Slater, antes dele re-assinar o seu contrato com a Quiksilver por mais cinco anos acho, o valor que ele deveria conseguir. Isso o dono de uma outra empresa falando para o Kelly o que ele realmente sabe, então eu acho que assim que os Estados Unidos sair desta recessão, os próximos contratos que os atletas vão ter, daqui há três anos, isso vai ser um passo bem grande para os atletas em termos financeiros e isso acontecendo lá vai ser também para o resto do mundo. O mercado de roupas cresceu, não vou falar nas marcas brasileiras que tem outro patamar, mas as marcas australianas e americanas no inicio da década de noventa, o mercado deles comparado com o final da década, cresceu muito, quadruplicou e o salário do atleta quase não sofreu alteração, isso vai ser uma mudança grande.

Em termos de pranchas de surf eu acho e estava falando para o Kelly Slater a falei em uma entrevista para uma revista nos estados unidos também, o surfista ele surfa de backside e frontside, eu tenho facilidade de surfar com as duas bases, mas a forca que o surfista faz de frente para a onda e de costas para onda é diferente, o que eu acho é que vai começar a acontecer, pode não ser agora, mas daqui a três, quatro anos, vai ser o design de pranchas assimétricas, um lado feito especialmente para a pressão de backside e outro diferente para a pressão de frontside, e vou te explicar porque as pranchas começaram a serem feitas simétricas com os dois lados iguais, um dos motivos que vejo, quando a gente fazia as pranchas na mão, para o cara ser considerado um bom shaper, ele tinha que entender de design, e fazer os dois lados da prancha iguais, esse era o bom shaper, a placa já vinha torta, você tinha que desentortar a placa na mão e fazer a prancha igual, dos dois lados, hoje o programa copia um lado da prancha e copia para o outro lado, isso que vai ser para mim interessante, o programa vai conseguir fazer dois desenhos diferentes na mesma prancha? Se não conseguir, ai que eu estou bem, porque a minha mão eu sei que sai perfeito quando eu quero, eu não perco um milímetro. Eu não sei se vou estar aqui para ver estas mudanças, mas creio que este será o próximo passo, da década de 90 até agora nós estamos tendo evoluções, coisas que vocês não conseguem enxergar mas que nós shapers conseguimos ver, mas se você pegar de 92 até 72, qualquer um consegue distinguir a evolução.

Mas acho que isso será uma coisa notável, eu posso estar enganado, mas é uma visão que eu tenho.

Você já chegou a fazer algum shape assim?

Não, ainda não mas este é o meu próximo passo.

Com relação às pranchas que você vem produzindo, como você observa a procura por pranchas hi-performance e o aumento da procura por modelos que você também é especialista como as retrosurfing, as fishs?

Assim a mulecada que corre os campeonatos, ela não quer ver nada de clássico ou retro que são as pranchas mais fish, como a galera do longboard meu primo, por exemplo, ele curte longboard e não quer também vir para as pranchinhas hi-performance, eu não no meu trabalho, eu gosto e mexo com todo tipo de prancha, mas essa nova geração eles entram na minha fábrica e eles nem querem saber, praticamente não existe este tipo de prancha para eles, mas vai ter o atleta, como o Picuruta, por exemplo, e o freesurfer que gosta de surfar com todos os tipos de pranchas, experimentar, dependendo da condição do mar ele pode aproveitar mais a onda, com um modelo especifico, onde algumas pranchas não funcionam tão bem, eu como designer gosto de trabalhar com todos os tipos de modelos, tem shapers mais ligados a hi-performance, outros longboards, ou gosto de fazer todos os tipos, o que eu surfo, não vou mentir é de pranchas hi-performances, e sempre vou com varias opções de pranchas, de quilha para a praia, isso é legal, poder ter opção e usar o equipamento que melhor resultado vai te dar naquela condição.

O parceira com o Pardhal conta um pouco pra galera do CAMERASURF, como é está amizade e parceria?

Com o Pardhal a gente já está uns quinze anos se marcar, até mais, ele é o meu braço direito aqui, a gente trabalha junto e não tem aquela ganância louca, porque eu amo surfar ele também, então é pelo amor ao surfe mesmo, essa é a beleza. Eu tento trazer para ele sempre aquilo que esta acontecendo lá fora, e hoje em dia é tudo mais rápido, antigamente demorava 10 anos, 5 anos para algo novo chegar aqui, hoje em dia por exemplo tem carro que eu vejo aqui que nem nos Estados Unidos tem, e é a mesma coisa com pranchas de surf, hoje é uma movimento internacional, como um carro lançado no Japão e logo na seqüencia chega ao mercado brasileiro, tudo que eu desenvolvo de mais atual e moderno no surfe, eu também já trago para o para ele e acredito que outros fabricantes também estão fazendo o mesmo com o mercado brasileiro.

E para os surfistas conseguirem as suas pranchas por aqui qual o contato do Parhal?

Entre em contato pelo e-mail dele que é o surfxanadu@aol.com e o telefone que é o 13 9747-9592

Valeu XANADU pela atenção com o CAMERASURF...

De nada e tudo de bom para vocês!!!


Fonte: Camerasurf.com.br